Prefeituras de PR e PE preparam parcerias público-privadas para lixo
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BRASÍLIA - Menos de 72 horas após o Banco Central anunciar medidas para aumentar a oferta de crédito para consumo, o Banco do Brasil começou a trabalhar no esforço do governo em aumentar os financiamentos às famílias para manter a demanda elevada e, assim, minimizar o efeito da crise. Nessa segunda-feira, o banco estatal anunciou redução dos juros no empréstimo consignado, crédito pessoal e financiamento de veículos e espera ser seguido pelos concorrentes privados.
Com o objetivo de contribuir com o aquecimento da economia através do crédito de consumo, o banco começou a agir em uma nova ação anticíclica comparável à vista na crise de 2008 e 2009. Em um momento como esse, de uma forma bastante consciente, diria que o BB trabalha em um processo anticíclico por seu papel e sua característica de banco público, explicou o vice-presidente de negócios de varejo do banco, Paulo Rogério Caffarelli.
Na média, o juro mensal caiu entre 0,20 ponto e 0,50 ponto nas várias operações beneficiadas pela medida anunciada ontem pelo banco federal. No crédito consignado para servidores federais, por exemplo, a taxa recuou de 2,50% para 2,17% mensais. No consignado, há expectativa de que muitos clientes refinanciem dívidas atuais com juros menores que os contratados originalmente, o que permitirá aumentar o empréstimo ou reduzir o pagamento mensal.
Outro segmento beneficiado será o de veículos. O vice-presidente do BB destacou que a medida deve ajudar a subsidiária Votorantim, que atua fortemente nesse segmento. Sem sombra de dúvidas, as medidas ajudam o Votorantim a retomar capacidade de financiamento, especialmente em novembro e dezembro, meses extremamente favoráveis para a compra de carro, disse.
Em teleconferência para anunciar a redução dos juros, Caffarelli comentou que faz parte do papel da instituição trabalhar junto com o governo. Há muito tempo, nós, o Banco do Brasil, sabemos conviver com essa dicotomia entre ser um banco público e privado. Nosso principal acionista é o Tesouro Nacional, com 68% das ações, mas ao mesmo tempo concorremos com os privados, disse.
Medidas
Anunciada na sexta-feira à noite, a medida do BC reduz a exigência de capital que bancos precisam manter para realizar empréstimos de até 60 meses. Como o efeito da medida é retroativo, com o mesmo capital existente o BB passa a ter maior capacidade de financiamento aos clientes.
Antes da medida, o banco federal mantinha em caixa R$ 14,05 para cada R$ 100 emprestados - o chamado Índice de Basileia de 14,05%. Agora, com a exigência menor, passa a ter R$ 14,51 para os mesmos financiamentos. O aumento representa mais fôlego para a instituição emprestar, já que o mínimo permitido é ter R$ 11 para cada R$ 100 em operações.