Prefeituras de PR e PE preparam parcerias público-privadas para lixo
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BRASÍLIA, 23 JAN - A presidente Dilma Rousseff quer que os bancos públicos federais funcionem como um dos principais indutores do crescimento neste ano. O recado foi passado na reunião que teve com a equipe econômica no sábado passado, quando aproveitou para ordenar que essas instituições se esforcem para ampliar o crédito tanto a pessoas físicas quanto empresas, segundo relataram fontes do Executivo à Reuters.
Dilma passou os últimos cinco dias reunida com as principais áreas do governo e extraiu dos ministros o que será prioridade em 2012. Ela pediu que todos apresentem nos próximos 15 dias relatórios detalhados com metas e planos de trabalho para os próximos meses, segundo revelou um assessor de um dos ministros que estava nas reuniões.
A presidente pediu que o Banco do Brasil, por exemplo, encontre formas de estimular ainda mais o consumo pessoal, por meio de novas linhas de crédito ou redução nas taxas de juros.
O recado, no entanto, não vale apenas para a instituição, mas também para as demais estatais, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cujo presidente Luciano Coutinho também esteve na reunião da presidente.
Dentro do BB, a recente incorporação do Banco Postal contribui para essa estratégia. Desde o começo deste mês, através dos Correios, foram incorporados 6 mil novos pontos de atendimento para atender as demandas de crédito da classe C.
Dilma determinou a todos os bancos públicos federais que façam um movimento sincronizado para redução dos spreads bancários com o objetivo de forçar o setor privado a fazer o mesmo, segundo uma fonte que pediu anonimato. O spread é a diferença entre o custo de captação do banco e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final.
A estratégia de Dilma para impulsionar a atividade econômica há foi usada na crise internacional de 2008/2009, pelo seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele momento, o presidente ordenou que os bancos públicos acelerassem a concessão de crédito para evitar que o consumo perdesse fôlego.
Atualmente, o Banco Central é o que mais tem contribuído com o estímulo aos empréstimos, afrouxando a política monetária desde agosto do ano passado, quando começou uma trajetória que resultou em quatro cortes na taxa básica de juros de 0,5 ponto percentual. Hoje, a Selic está em 10,50 por cento ao ano.
A presidente está determinada em fazer o país crescer mais de 4 por cento neste ano e, segundo a fonte, quer também novos estímulos fiscais e tributários para alguns setores da indústria. A fonte não soube especificar quais setores devem receber mais estímulos e é provável que esse raio-X seja incluído nos relatórios que Dilma receberá daqui a 15 dias.
Esses planos de trabalho, como ela tem chamado os relatórios, também determinarão o tamanho do corte orçamentário previsto para ser anunciado até fevereiro. Segundo uma outra fonte do Executivo, nas reuniões que a presidente manteve nos últimos dias não houve detalhamento suficiente para estimar o valor do contingenciamento.
Segundo essa fonte, que pediu para não ter seu nome revelado, o governo manterá intactos os programas prioritários da área social, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida.
Os cortes no Orçamento que o governo deve anunciar em breve podem chegar a 70 bilhões de reais, segundo fontes do governo.
(Reportagem adicional de Tiago Pariz)