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BRASÍLIA - A ampliação do alcance do Sistema de Informação de Crédito (SCR) fará com que o banco de dados da central de risco do Banco Central passe a acompanhar, em termos de volume, 96% de todas as operações de crédito concedidas pelo sistema financeiro nacional.
O porcentual será alcançado porque empréstimos e financiamentos a partir de R$ 1 mil precisarão ser detalhados ao BC. Atualmente, com limite de R$ 5 mil, o sistema abarca 88% das operações em termos de volume financeiro.
Segundo o diretor de fiscalização do BC, Anthero Meirelles, a redução do limite para inclusão das operações de crédito a partir de R$ 1 mil vai incluir R$ 159 bilhões em financiamentos ao SCR, sendo 90% de pessoas físicas e o restante de empresas. A cifra representa aumento de menos de 10% da atual base de dados, já que atualmente a central de risco monitora R$ 1,7 trilhão em operações.
Em termos de volume, é pouco. Mas esse é um segmento do crédito que continua crescendo e vai continuar em expansão graças à inclusão financeira, disse Meirelles em entrevista coletiva.
Segundo Meirelles, a decisão de ampliar o alcance da central de risco de crédito não foi gerada por problemas nesses financiamentos. Atualmente, apenas as operações de crédito a partir de R$ 5 mil são monitoradas pela central de risco.
Com o processo de bancarização e inclusão financeira, as operações entre R$ 1 mil e R$ 5 mil ganharam importância. Razão pela qual o BC aprimorou o sistema, disse. Ele comentou ainda que é preciso acompanhar essas operações que devem continuar em forte ritmo de expansão nos próximo anos. O diretor chamou atenção para o aspecto positivo relacionado ao maior volume de informações. Segundo ele, a medida é boa para o bom pagador. O bom tomador de crédito vai ter as vantagens dessas informações disponíveis, já que os bancos poderão conhecer melhor o perfil desse cliente que poderá ter taxas de juros mais favorecidas, disse.
Carteiras de crédito
As mudanças nas regras SCR permitirão também ao BC fazer um acompanhamento detalhado de qualquer mudança na situação das carteiras de crédito que são negociadas entre instituições financeiras. Os novos dados abrem a possibilidade de cruzamentos que aprimoram o processo de supervisão e reduzem o espaço para fraudes como aquela, respondeu Meirelles, ao ser questionado sobre os problemas na venda de carteiras de crédito no Banco Panamericano.
A partir do próximo ano, bancos passarão a ser obrigados a dar mais detalhes sobre a vida das carteiras de crédito, inclusive nos caso em que essas operações são vendidas ou usadas como garantia.
Segundo o BC, o SCR passará a ter novos detalhes, por exemplo, se há cessão de carteiras, modificação na situação das operações (como pagamento e portabilidade), renda de pessoas físicas e faturamento de empresas, reavaliações sobre garantias em operações de crédito, se há registros nos sistemas de custódia e se aquela operação é usada como lastro a título de crédito.
Ter esses dados na central do BC permitirá uma avaliação mais completa e mais transparente. Temos a expectativa favorável de que o mercado de cessão de carteiras possa funcionar melhor e possa continuar se desenvolvendo de maneira adequada, disse Meirelles. Entre as operações que passam a contar com esses detalhes, o crédito consignado e o financiamento a veículos, são duas das primeiras - exatamente as operações mais negociadas entre bancos.
(Texto atualizado às 17h44)