Prefeituras de PR e PE preparam parcerias público-privadas para lixo
As prefeituras de Maringá (PR) e Caruaru (PE) preparam editais de parcerias público-privadas para serviços de coleta e tratamento ... Ler mais
SÃO PAULO - A circular do Banco Central que determina o fim da exclusividade no crédito consignado é positiva, mas deve ter impacto reduzido para o sistema financeiro. Para analistas, o mais afetado com a medida anunciada nesta sexta-feira, 14, é o Banco do Brasil, que fechou contratos com várias prefeituras e governos estaduais para operar com exclusividade no consignado. A instituição, porém, não deve perder mercado no segmento, pois tem taxas competitivas nos empréstimos, na visão dos profissionais.
Com exceção do BB, que se apresenta estável, as ações dos bancos operam em alta nesta sexta-feira na bolsa. O papel do Bradesco subia há pouco 0,79%; a ação do Itaú registrava alta de 0,33% e a unit do Santander, alta de 1,44%.
Para o analista Daniel Malheiros, da Spinelli, a medida do BC já era esperada, diante da forte pressão exercida pelos demais bancos para pôr fim à exclusividade do consignado. Ele considera a notícia positiva em especial para os bancos médios que operam com a linha. Malheiros avalia, porém, que a expectativa de maior concorrência no segmento deve ter impacto limitado para o Banco do Brasil. Não será tão simples tirar as carteiras do BB, uma vez que o banco já é bastante competitivo em termos de taxa, afirma.
O analista de bancos da Planner Corretora, Victor Luiz Martins, avalia que a medida deve estimular a competição no mercado e os bancos médios devem ganhar mais espaço. Os grandes bancos têm experiência o bastante para absorver as medidas e ganharem dinheiro. O impacto é neutro. Para ele, não deve ocorrer guerra de preços no mercado, pois isso tende a comprometer a rentabilidade da operação.
O fim da exclusividade no empréstimo consignado era um dos pleitos da Associação Brasileira de Bancos (ABBC). O argumento era que os contratos do Banco do Brasil com prefeituras e governos estaduais restringia a competição no setor. Alguns bancos privados, como o Banco Santander e o BMG, e a própria ABBC entraram com ações na Justiça questionando esses contratos.
A carteira de crédito consignado era de R$ 132 bilhões em novembro de 2010, segundo os dados mais recentes do Banco Central. O crescimento era de 28% nos 12 meses encerrados em novembro.